O destaque dessa semana é o artigo de capa do Boletim OMNIRA, informativo do grupo de trabalhos de mulheres do Movimento Negro Unificado de Pernambuco, na sua segunda edição datado de 02 de maio de 1993. Nesse artigo intitulado “Mulheres Negras denunciam o 13 de Maio – A favela é a nova senzala. Correntes das velhas tribos”, Alzenide Simões traz uma reflexão sobre as condições de trabalho precárias das mulheres negras que continuam na base da nossa pirâmide social. Mesmo depois de quase três décadas do texto citado a realidade das mulheres negras ainda não difere muito. Apenas no ano 2015 com a emenda constitucional 72, conhecida como PEC das Domésticas, as trabalhadoras adquiriram direitos trabalhistas já desfrutados pela classe trabalhadora, conforme CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). O texto aborda também a necessidade de acreditar na luta pela liberdade plena do povo negro.
O boletim ainda traz um artigo sobre a mortalidade materna assinado por Cristina Vidal e Vilma de Deus; um perfil da Rainha Nzinga e a letra de uma canção do Afoxé Alafin Oyo, intitulada Sou Mulher Negra Alayê, de autoria de Sônia Silva. A música ainda hoje ecoa nas ladeiras de Olinda nas apresentações do Afoxé, assim como as temáticas ainda são motivos de muitos e necessários debates. É uma edição que vale muito conhecer.
Maria Luiza Rodrigues de Aquino
Jornalista, colaborada do Negritos.
22 de Julho de 2020
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