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Em tempos de debate sobre patrimônio, especificamente estátuas, fica a pergunta: onde estão e quais são os patrimônios, estátuas, erguidas para manter as memórias negras?

Antes de erguer uma estátua em praça pública, as memórias brancas são materializadas em formas de discursos em diferentes suportes.  Historiografia, literatura, filmes, músicas, oralidade são tecidas e alimentadas para construir uma representação heroica e positiva, portanto, patrimonializável, para algumas experiências históricas dos segmentos brancos.  Para as experiências negras, o mecanismo é o esquecimento. Vejamos a matéria publicada no Jornal Negritude em abril de 1987.

A matéria trata da luta do maracatu Leão Coroado, a época com 124 anos de fundação, pela aquisição de uma sede.  O Leão Coroado foi fundado no ano de 1863 e teve como grande liderança o Sr. Luís de França.  Nascido em 1901 e falecido em 1997, o Sr. Luiz de França colocou o maracatu Leão Coroado nas passarelas do carnaval do Recife por quase 50 anos. Debateu com diferentes segmentos da sociedade recifense o direito que a agremiação que representava tinha de ter uma sede própria. Morreu sem vê seu sonho realizado.  Apesar de Pernambuco ser a “terra do frevo e do maracatu”, não tem nenhum estatua do Sr. Luís de França nas ruas do Recife. Três estátuas podem remeter ao universo do maracatu: a do poeta Solano Trindade, a do músico- percussionista Naná Vasconcelos e a do mangue boy Chico Science.

Alimentar as memórias negras não é tarefa fácil nesse país. O Movimento Negro vem assumindo essa missão por meio de diferentes estratégias, inclusive sem estátuas.

Acesse o post completo no link: https://negritos.com.br/2018/03/13/negritude-no-2/

Para mais informações entre em contato pelo email: negritosimpresanegra@gmail.com

17 de Junho de 2020

Martha Rosa Figueira Queiroz

Coordenadora Negritos