Na leitura do número 2 do jornal SINBA (abril/1979), identificamos pelo menos duas características que marcam a História da imprensa negra no Brasil: a não vinculação da distribuição do jornal à cobrança financeira e uma periodicidade fragmentada. No SINBA a informação “Ajuda de Custo 10,00”, faculta aos leitores e leitoras a possibilidade de contribuir financeiramente. Na mesma página, o artigo “A Volta” informa que essa segunda edição sai dois anos após a publicação do número 1. A razão para não manter a periodicidade foram dificuldades financeiras e ausência de uma sede, situação vivenciada por outros jornais negros.
Mas, queremos destacar a matéria intitulada “Genocídio do negro brasileiro” (p.5), no qual comentam-se as declarações concedidas à imprensa pelo então deputado Daso Coimbra (Arena/Rio de Janeiro). Para o parlamentar arenista, a morosidade da justiça valida os meios utilizados pelo esquadrão da morte e a pílula anticoncepcional deveria ser utilizada nos morros e favelas cariocas como medida de combate ao crime.
Enfim, para aqueles que ainda se surpreendem com as propostas e projetos concretos de extermínio de negros e pobres levados a termo por certos governantes da atualidade, para os quais nossas vidas não valem nada, é sempre bom lembrar: para nós, negros, essa tem sido a ação deles desde sempre.
Para mais informações entre em contato pelo email: negritosimpresanegra@gmail.com
22/04/2020
Martha Rosa F. Queiroz
Coordenadora Negritos